Pare e pense por 1 minutinho: durante sua vida escolar, você teve mais professoras ou professores? Se sua resposta for professoras, você está entre a maioria dos estudantes.
No Brasil elas são protagonistas. Segundo o Censo Escolar de 2020, as mulheres são maioria entre os docentes e gestores da educação básica, representando cerca de 80% dos cargos.
Durante a história da sociedade, muitas mulheres quebraram paradigmas e transformaram a educação pelo mundo: seja por seus estudos relevantes, formas de ensinar ou dedicação ao educar e incentivar seus alunos.
Listamos neste artigo mulheres incríveis que fizeram e ainda fazem parte das transformações ocorridas na educação no mundo inteiro. Confira!
1. Marie Curie (1867-1934)
Marie Curie foi uma cientista polonesa formada em Matemática e Física, na Universidade de Sorbonne, na França. Em uma época onde apenas os homens podiam ir à universidade, Marie Curie descobriu junto a seu marido, Pierre Curie, os elementos químicos do polônio e do rádio. Foi então que se iniciaram as pesquisas sobre radioatividade.
Com os feitos, foi a primeira mulher do mundo a ganhar um prêmio Nobel, e além disso, recebeu o prêmio duas vezes: de Física, em 1903 e de Química, em 1911.
Marie Curie também foi professora desde os 18 anos. Inclusive, ela deu aulas em uma instituição considerada ilegal por desafiar as políticas de repressão impostas pelo Império Russo, onde o maior público eram mulheres impedidas de estudar.
2. Anne Sullivan (1866 – 1936)
Anne Sullivan foi uma educadora americana que perdeu a visão quando criança. Após se formar na escola, aos 20 anos, foi contratada como professora particular e em tempo integral de Helen Keller, que, com a ajuda de Sullivan, se tornou a primeira pessoa cega e surda a se tornar bacharel na história, formando-se em Filosofia.
Por meio do tato, Anne ensinou a menina a reconhecer objetos e associá-los a palavras. Assim, Keller se tornou fluente em inglês, francês e alemão, e ficou proficiente em braile e em linguagem de sinais.
A educadora recebeu o reconhecimento da Temple University, o Instituto Educacional da Escócia, e do Roosevelt Memorial Foundation por seu ensino e incansável compromisso com Helen Keller. A história virou peça de teatro e, posteriormente, o filme “O Milagre de Anne Sullivan”.
3. Hannah Arendt (1906-1975)
Hannah Arendt foi uma alemã e judia que, devido ao regime nazista, deixou o país, indo para a França e, posteriormente, para os Estados Unidos, onde permaneceu apátrida (sem nacionalidade) até se naturalizar americana, em 1951.
O interesse de Hannah era voltado em particular ao fenômeno do pensamento e do modo como ele operava em “tempos sombrios”, trabalhando com a educação por meio das questões sociais como a violência, o conflito de gerações e o racismo que povoavam as salas de aula nos Estados Unidos em 1940.
Conhecida como filósofa, ela publicou a obra “As Origens do Totalitarismo”, em que analisa as formas totalitárias de poder e a banalização do terror. A escritora também analisou a educação da época nos textos “A Crise na Educação” (incluído no livro “Entre o Passado e o Futuro”) e “Reflexões sobre Little Rock”.
4. Maria Montessori (1870-1952)
Maria Montessori foi uma médica, educadora e pedagoga italiana que desenvolveu um método de aprendizagem baseado no “aprender fazendo”.
Foi a primeira mulher a se formar em Medicina na Itália, mas não pode seguir carreira por não poder analisar homens. Assim, iniciou seus estudos sobre o aprendizado de crianças. O seu método educacional (Montessori) é aplicado até hoje no mundo todo.
Em 1897, começou a participar de um projeto de pesquisa em psiquiatria e conheceu as necessidades de crianças com dificuldade de aprendizagem. A partir de então, começou a dedicar-se à pesquisa na área de educação e a defender a necessidade de aulas e instituições especiais para essas crianças.
5. Dorina Nowill (1919-2010)
A brasileira Dorina Nowill nasceu em São Paulo e ficou cega aos 17 anos, vítima de uma doença não diagnosticada. Nessa época, foi a primeira aluna cega a frequentar um curso regular na Escola Normal Caetano de Campos.
Além de ajudar na integração de outra aluna cega na instituição, também colaborou para a elaboração da lei de integração escolar, regulamentada em 1956.
Dorina também percebeu que existia uma grande carência de livros em Braille no país, criando a Fundação para o Livro do Cego no Brasil e fundando a primeira imprensa em Braille, que passou a imprimir livros didáticos e outros documentos.
Mais tarde, Dorina se especializou em educação de cegos na Universidade de Columbia, em Nova York, Estados Unidos. No Brasil, continuou atuando pela educação de pessoas com deficiência visual, contribuindo para campanhas do Ministério da Educação e lutando pela abertura de vagas de trabalho para este público.
Também criou a Fundação Dorina Nowill, entidade sem fins lucrativos que promove o acesso de cegos à educação.
6. Malala Yousafzai (1997-)
Malala nasceu em 1997 e, em 2014, se tornou a pessoa mais nova da história a receber um prêmio Nobel. Ela ganhou o Nobel da Paz por seus esforços para que as meninas da sua cidade natal, vale do Swat, no nordeste do Paquistão, tenham acesso à educação.
Em 2009, com apenas 11 anos, começou a escrever um blog, sob pseudónimo, para a BBC (British Broadcasting Corporation), uma empresa pública de rádio e televisão do Reino Unido. No blog ela relatava o seu dia a dia durante a ocupação talibã em Swat e a proibição pelo regime de que as meninas frequentassem a escola.
Vítima de um atentado em 2012, foi alvejada na testa sendo internada inconsciente e em estado grave, felizmente ela sobreviveu e continua sua luta. Suas reivindicações intensificaram a luta pelo direito à educação para as crianças de todo mundo.
Histórias incríveis, não é mesmo? As mulheres mostraram ao longo dos anos toda sua luta e dedicação pela inclusão de todas as pessoas na educação, citamos só algumas delas, mas com certeza tem uma muito perto de você! E que tal conhecer agora as mulheres que fizeram a diferença na história da ciência?