Além da questão estética que confere um visual urbanístico mais agradável às cidades, a fiação subterrânea evita problemas de descarga na rede elétrica, diminui os apagões nos bairros e reduz riscos de queda de raios. Cidades como Barcelona, Londres, Amsterdã, Paris e Washington são citadas com frequência por engenheiros e arquitetos como exemplos de cidades que enterraram praticamente toda a sua fiação.
Em contrapartida, a realidade brasileira possui apenas uma pequena parte da rede de eletricidade feita por redes subterrâneas. Neste artigo veremos países e exemplos de fiação subterrânea pelo mundo.
Fiação subterrânea: o que é
É comum nos depararmos com postes e fios de energia cortando o céu das cidades. Porém o cabeamento aéreo pode representar alguns perigos. Além da poluição visual e do alto custo de manutenção, ele está exposto ao risco de vandalismo, ventanias e trovoadas.
Uma das soluções inteligentes para substituir esse tipo de fiação é a subterrânea, ela pode abranger toda a rede elétrica, bem como a rede de cabos de telefonia e TV, e apresenta diversas vantagens do ponto de vista da infraestrutura das cidades.

O procedimento para instalação da rede subterrânea consiste na instalação de dutos enterrados em valas. O sistema subterrâneo é mais duradouro e, em longo prazo, acaba sendo economicamente mais viável. Isso acontece porque os custos com reparos chegam a ser até 80% menores do que na rede aérea, exigindo menos substituições de cabos e consertos mais espaçados.
As redes subterrâneas tiveram as primeiras experiências no Brasil ainda em 1938 no Rio de Janeiro, o que na época se justificava apenas como medida estética.
Em Santa Catarina, onde está localizada a matriz da WEG, várias cidades já deram início – mesmo que em pequena porcentagem – à instalação de redes subterrâneas. É o caso, por exemplo, de Joinville, São José, Florianópolis e Lages.
Instalação da fiação subterrânea
A fiação subterrânea possui um sistema composto por dutos embutidos separadamente no solo a uma profundidade de aproximadamente 50 cm. As concessionárias de energia elétrica utilizam geralmente o duto de PEAD – Polietileno de alta densidade – nessas instalações.
A mudança da rede elétrica aérea para a subterrânea é bastante complexa. Os dutos são apoiados em uma base de concreto. Depois, a cobertura é feita, geralmente, com areia para que seja possível acompanhar a movimentação da terra de modo que, ao passar um caminhão, por exemplo, o impacto da vibração não traga prejuízos. Dependendo da situação, no final, a via volta a ser coberta por terra ou pavimentação.
Na sua extensão, são instaladas caixas de passagem a distâncias variáveis, e pode ser preciso fazer caixas maiores denominadas câmaras de transformação – salas subterrâneas, que abrigam os equipamentos das concessionárias, como transformadores e chaves de desligamento. Essas salas são colocadas nas calçadas e, em casos específicos, em áreas também acessíveis pelos consumidores.
Depois de enterradas, as tubulações são interligadas com os imóveis dos consumidores. As caixas de passagem ao longo da extensão da via servem também de caixa de derivação para atender o consumidor final, fazendo a ligação com cada uma das casas ou dos escritórios.
Exemplos de fiação subterrânea
São Paulo: a energia da região central da cidade de São Paulo é subterrânea há mais de 20 anos. A Enel Distribuição São Paulo realizou dois projetos de conversão: um na Vila Olímpia, onde foram enterrados fios elétricos em 13 vias da região, correspondentes a 4,2 quilômetros de extensão, e outro na área do Mercado Municipal com nove quilômetros em 40 vias. Existe um decreto que obriga a cidade a enterrar a cada ano cerca de 250 quilômetros de cabos. O projeto em ruas como a Oscar Freire foi iniciativa de empresários.
Londres: a empresa responsável pela infraestrutura elétrica em Londres investiu mais de US $1 bilhão nos últimos anos para criar um sistema de linhas de transmissão em túneis mais profundos, substituindo a fiação que já ficava embaixo da camada de asfalto.
Buenos Aires: apesar de ainda ter muita rede aérea, o governo da capital argentina tem avançado na troca dos cabos aéreos por fios subterrâneos. No centro da cidade, a substituição já foi feita. A medida foi incluída em uma grande reforma na área promovida pela prefeitura da cidade na década de 1950. Em outros bairros, está proibida a instalação de novas fiações sobre o solo.
Paris: a rede elétrica subterrânea de Paris começou a ser instalada em 1910. Conhecida como Cidade Luz, a capital francesa tem toda a sua fiação no subsolo há mais de 60 anos.
Vantagens e desvantagens da fiação subterrânea
Vantagens da fiação subterrânea
- Maior confiabilidade
- Menores indicadores de interrupção/queda de energia
- Vida útil maior do que 30 anos
- Paisagem urbana mais limpa
Desvantagens da rede subterrânea
- Alto custo de implantação (varia de três a 15 vezes mais do que a aérea)
- Manutenção corretiva demorada pela dificuldade de localização de defeito
- Interferência de outras empresas (de telefonia, gás, água, TV a cabo)
- Operação e manutenção especializadas
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