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Conheça o webdocumentário “Sirius: Acelerando o futuro da Ciência”

Produzido entre 2017 e 2021, o webdocumentário retrata as principais fases de desenvolvimento do Sirius.

O primeiro acelerador de partículas da América Latina, Sirius, é a maior e mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil.

O laboratório que foi projetado e construído por brasileiros e financiado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) é uma das fontes de luz síncrotron mais avançadas do mundo, gerando novas oportunidades de pesquisa científica em diversas áreas de conhecimento. 

Para contar sua história, o Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) lançou, no dia 13 de agosto, o primeiro episódio de uma série especial de vídeos sobre o Sirius.

O webdocumentário “Sirius: Acelerando o futuro da Ciência” é composto por sete episódios independentes, cada um com cerca de 5 minutos, que explicam os principais desafios envolvidos no seu desenvolvimento. Continue lendo este artigo para conhecer e assistir ao primeiro episódio.

O que são aceleradores de partículas?

Eles são laboratórios gigantes. Por fora, parecem grandes túneis, que podem ser retos ou em forma de anel e ter vários quilômetros de extensão. Dentro deles, as partículas que compõem os átomos – como prótons e elétrons – são aceleradas a velocidades próximas à da luz para que elas possam bombardear núcleos atômicos estáveis.

A utilização desse tipo de equipamento é muito importante, afinal de contas, só com ele é possível quebrar partículas incrivelmente densas e milhões de vezes menores que o átomo.

Existem diversos tipos de aceleradores de partículas, como: Aceleradores de elétrons, Colisores de Partículas e Aceleradores de Prótons. 

Por que o Sirius é tão importante? 

Sirius é uma infraestrutura aberta, à disposição da comunidade científica brasileira e internacional. É financiado com recursos do MCTI e projetado por pesquisadores e engenheiros do CNPEM em parceria com a indústria nacional.

Ele permitirá que centenas de pesquisas acadêmicas e industriais sejam realizadas anualmente, por milhares de pesquisadores, contribuindo para a solução de grandes desafios científicos e tecnológicos, como novos medicamentos e tratamentos para doenças, novos fertilizantes, espécies vegetais mais resistentes e adaptáveis e novas tecnologias para agricultura, fontes renováveis de energia, entre muitas outras potenciais aplicações, com fortes impactos econômicos e sociais.

Entre os primeiros experimentos já realizados no Sirius, estão imagens em 3D de estruturas de proteínas de SARS-CoV-2, os detalhes obtidos por essas imagens puderam auxiliar na compreensão do vírus e no desenvolvimento ou melhoramento de remédios contra o COVID-19.

Assista webdocumentário “Sirius: Acelerando o futuro da Ciência”

O webdocumentário “Sirius: Acelerando o futuro da Ciência” possui sete episódios que explicam os desafios para a construção do maior projeto da ciência brasileira, produzidos ao longo de quatro anos de acompanhamento.

Produzido entre 2017 e 2021, o webdocumentário retrata as principais fases de desenvolvimento do Sirius, e cada episódio da série explica um aspecto diferente do projeto. 

Entre os temas apresentados, estão: obras civis, estabilidade, aceleradores, estações de pesquisa, parcerias com empresas brasileiras e perspectivas científicas.

A série conta com a participação de algumas das mentes mais brilhantes que estiveram envolvidas no projeto ao longo dos seus anos de desenvolvimento.

Uma delas é Ricardo Rodrigues, extraordinário cientista e engenheiro, falecido em janeiro de 2020, que foi um dos principais responsáveis pela origem da primeira fonte de luz síncrotron brasileira e um dos principais idealizadores do projeto Sirius. 

Os episódios da série podem ser vistos no canal da CNPEM do YouTube. Vamos começar assistindo ao primeiro episódio agora mesmo? Dê o play!

Incrível, não é mesmo? Não deixe de assistir aos demais episódios para se tornar um conhecedor desse projeto tão importante para a ciência e tecnologia do Brasil e do mundo.

Falando em mundo, que tal continuar no blog para ler o bate papo que tivemos com o jaraguaense que trabalha com aceleradores de partículas na Suécia?

Fonte: CNPEM

luz-síncrotron

Brasil constrói um dos mais sofisticados aceleradores Síncrotron do planeta

O avanço da tecnologia depende do desenvolvimento de ferramentas cada vez melhores para enxergarmos aquilo que os nossos olhos não…

O avanço da tecnologia depende do desenvolvimento de ferramentas cada vez melhores para enxergarmos aquilo que os nossos olhos não veem. Cada vez que damos um passo em direção a ferramentas melhores, a ciência ganha novas informações e descobre novos detalhes sobre a composição dos seres e das coisas, em nível atômico.

Primeiro os cientistas criaram o microscópio, depois o microscópio com duas lentes, na sequência o microscópio eletrônico. E o grande salto nessa evolução foi a criação da Luz Síncrotron, que permite identificar os átomos e as moléculas que compõem cada material. Revolução no mundo da ciência.

Luz Síncroton

Em um acelerador de partículas, quando elétrons são acelerados até velocidades próximas a da luz e têm a sua trajetória desviada por um campo magnético, eles emitem uma luz com alto brilho que penetra a matéria e revela a estrutura atômica de materiais. Essa é a Luz Síncrotron.

Para você entender melhor, o Engenheiro Eletricista da WEG, com Especialização em Máquinas Elétricas Girantes e Gestão de Projetos, Eduardo Constantino Ramos, fez uma comparação bem simples: uma lanterna X um laser point. A diferença é que na lanterna a divergência da luz é maior, distribuindo a luz em mais direções, mas com alcance relativamente pequeno. Já um laser point, a luz é concentrada em uma única direção, permitindo maior alcance, mesmo que possua uma potência mais baixa que a lanterna.

comparação luz síncrotron

Luz Síncrotron no Brasil

Atualmente, há um acelerador de elétrons que funciona como fonte de luz síncrotron instalada no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), vinculado ao Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas/SP. Essa fonte é considerada de segunda geração, mas é a única fonte de Luz Síncrotron aberta ao uso da comunidade acadêmica e industrial na América Latina.

Entenda melhor nesse episódio do programa Brasil Ciência  na Discovery Brasil

Conheça o LNLS

Nos últimos 20 anos, esse acelerador de partículas do LNLS já serviu como base para milhares de pesquisas. Mas, é necessária uma luz mais brilhante para estudos avançados em áreas como medicina, biologia, química, física e ciências de materiais.

Nesse sentido, de olhar para o futuro da ciência e ampliar os estudo e conhecimento sobre átomos e moléculas é que foi criado o projeto Sirius, que será uma das mais sofisticadas fontes de luz síncrotron do planeta.

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Obra do Projeto Sirius em andamento

Projeto Sirius

O Sirius, que tem previsão para ser inaugurado ainda em 2018, será um superlaboratório de 68 mil m² em um terreno de 150 mil m² junto ao campus do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM). A área total equivale a 21 campos de futebol.

A ideia é criar uma fonte de luz síncrotron de quarta geração, colocando o Brasil na liderança mundial de produção deste tipo de radiação eletromagnética. Esse novo laboratório abrirá novas perspectivas de pesquisa em áreas como ciência dos materiais, nanotecnologia, biotecnologia, física, ciências ambientais e muitas outras.

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Simulação do túnel dos aceleradores com os imãs em azul, verde e amarelo.

 

O projeto ganhou o nome de Sirius em referência à estrela de maior brilho no céu durante à noite, localizada na constelação do Cão Maior. A designação do nome Sirius em referência à estrela é justificada porque o Sirius foi concebido para entregar a luz sincrotron mais brilhante entre os aceleradores existentes ao redor do planeta na mesma classe de energia, podendo suportar até 40 pesquisas simultâneas.

Segundo Eduardo Ramos, foi adotado como premissa pelo LNLS, entidade responsável pela coordenação deste projeto, a preferência pelo desenvolvimento das demandas com indústrias nacionais, através de parcerias de cooperação para desenvolvimento tecnológico. Com a WEG, a parceria iniciada em 2012 foi uma das primeiras e mais importantes para a construção do Sirius.

WEG na Ciência

Para criar o campo magnético que guia a trajetória dos elétrons, os aceleradores de partículas precisam de eletroímãs (dipolos, quadrupolos, sextupolos e corretoras). Esses eletroímãs são de certa forma o coração do acelerador e têm que ser fabricados em uma qualidade extrema, senão, o acelerador não atinge a performance esperada.

Desde 2013, a WEG participara do desenvolvimento e vem produzindo esse componente fundamental para o Sirius.

Veja um carregamento de ímãs sendo entregue no LNLS

O Engenheiro Eletricista Eduardo Ramos explicou que existem outros aceleradores de partículas no mundo, e cada um possui um design e quantidade de eletroímãs específico, de acordo com a ótica projetada e/ou experimentos planejados. Por isso, os eletroímãs do Sirius foram desenvolvidos pelo LNLS em parceria com a WEG especialmente para a ótica do Sirius e com as melhores características magnéticas já desenvolvidos ao redor do mundo.

Ou seja, a WEG surpreende mais uma vez! Encarou o desafio de produzir eletroímãs para um acelerador de partículas, mesmo não fazendo parte do escopo de produtos da empresa. Novamente os profissionais da WEG mostram sua competência e capacidade de ampliar horizontes.

Viva a Ciência e Tecnologia!

 

Texto validado pelo LNLS – Laboratório Nacional de Luz Síncrotron e CNPEM – Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais