A natureza não cansa de surpreender, ela é cheia de maravilhas e incógnitas e, certamente, um animal que vive na água e emite descargas elétricas é uma delas!
Muito se fala sobre os peixes-elétricos, mas poucas pessoas sabem como estes animais vivem e como são capazes de gerar energia e dar choques. Será que levar choque de peixe-elétrico dói? Por que ele emite descargas elétricas? Existem peixes-elétricos no Brasil?
Separamos algumas curiosidades para responder estas e outras perguntas! Confira.
O que são peixes-elétricos?
Peixe-elétrico é o nome que usamos para identificar diversas espécies de peixes que dão choque — ou seja, emitem descargas elétricas naturalmente.
Esse grupo de peixes detecta e gera campos elétricos no ambiente em que ocorrem, utilizando dessa característica para comunicação, detecção de presas, defesa, reprodução e até mesmo para se movimentar e localizar objetos ao seu redor quando há ausência de luz.

Tipos de peixes-elétricos
Existem diversas espécies de peixe-elétricos, eles vivem tanto em água doce como na água salgada. Dentre elas estão o bagre-elétrico-africano, que pode ser encontrado no rio Nilo, na África, e vários tipos de arraias elétricas presentes nos oceanos do mundo todo.
Para ter uma ideia da diversidade, atualmente existem mais de 250 espécies desses peixes. Eles podem ser encontrados desde o Rio Salado (La Plata) na Argentina, até o Rio San Nicolas, no Sul do México, porém é no Brasil, na região Amazônica, que encontra-se 80% da diversidade de espécies de peixes-elétricos.
No Brasil, os peixe-elétricos mais conhecidos são miracéu, bagre elétrico, poraquê e raia elétrica marinha, sendo o poraquê, também conhecido como enguia-elétrica (embora não seja uma enguia verdadeira) e treme-treme, o mais famoso. O nome vem do tupi e significa “o que faz dormir”.
Os poraquês vivem nas águas amazônicas e nos rios do Mato Grosso e podem chegar a 2,5 metros de comprimento. A espécie é a única que produz descargas elétricas fortes, usadas para caça e defesa.
Peixe-elétrico descoberto na Amazônia emite 860 volts
Esta é a descarga mais forte já registrada em animais. Para capturar e pesquisar a espécie de peixe-elétrico poraquê, o pesquisador brasileiro Carlos David de Santana precisou entrar em igarapés na Amazônia e, mesmo usando luvas de borracha, alguns choques foram inevitáveis.

A pesquisa de cinco anos resultou na descoberta de duas novas espécies de peixe elétrico — uma delas capaz de dar uma descarga de até 860 volts, a maior voltagem já registrada em um animal. Até então, o recorde era de 650 volts.
O recordista foi batizado de Electrophorus voltai, em homenagem ao físico Alessandro Volta, criador da bateria elétrica.
Como esses animais são capazes de produzir a eletricidade?
Esses peixes possuem um órgão especializado — chamado de órgão elétrico —, que é composto por células que se diferenciaram a partir dos músculos durante sua evolução.
Assim como os nossos músculos geram eletricidade ao se contraírem, pela entrada e saída de íons de suas células, cada eletrócito (célula do órgão elétrico) também se carrega e descarrega o tempo todo. Cada célula nervosa típica gera um potencial elétrico de cerca de 0,14 volt.
Cada vez que os eletrócitos são estimulados por um comando que vem do cérebro, eles produzem uma pequena descarga elétrica. Como o órgão elétrico é formado por milhares de eletrócitos que se descarregam ao mesmo tempo, um peixe-elétrico grande, como é o caso do poraquê, pode gerar mais de 600 volts numa única descarga.
Peixes-elétricos são perigosos?
Embora a espécie descoberta na Amazonia, a Electrophorus voltai, seja capaz de produzir um descarga de 860 volts — quase quatro vezes a voltagem de uma tomada doméstica de 220 volts —, ela é considerada menos perigosa para o ser humano do que a rede elétrica presente nas residências, pois tem baixa amperagem e dura poucos segundos.
Como a maioria desses animais emite correntes de baixa voltagem, os choques nos seres humanos são quase imperceptíveis. Mas o choque de espécies como a Electrophorus voltai pode causar danos se atingir regiões que afetam músculos, nervos ou o coração. Então, se ver um peixe-elétrico por aí, nossa dica é não tentar brincar com ele, combinado? 😉
E, já que o assunto é descarga elétrica, o que você sabe sobre os raios? Conheça algumas curiosidades que te deixarão de cabelo em pé!
Posts Relacionados

5 tendências tecnológicas para ficar de olho em 2025

Como era ser criança na pré-história?

Quem foi César Lattes? Conheça a história do físico brasileiro

Natal no mundo: descubra como esses dez países celebram a festa

A física de Star Wars: Quanta ciência existe nos filmes da saga?

Alfred Nobel: Quem foi o inventor que dá nome à premiação de ciência

Bóson de Higgs: O que é essa descoberta de Peter Higgs?

Quem foi Mona Lisa? Descubra a história por trás da pintura de Leonardo Da Vinci

Por que as pessoas raramente sorriam em fotos antigas?

Quem é o dono da Lua?

As 7 maravilhas do mundo antigo: monumentos que definiram uma era

Como se preparar para o ENEM 2024: dicas, conteúdos e estratégias

10 fatos históricos que comemoram aniversário em 2024

Da pré-história ao metaverso: a história da tecnologia

Cartografia: conheça a arte de confeccionar mapas

Diferença entre amor e paixão segundo a ciência

Museologia: Conheça mais sobre essa ciência e sua importância

4 fatos científicos sobre a maternidade

Atlântida: entre o mito e a realidade
