O direito à educação foi universalizado nos últimos 100 anos em diversos países do mundo, ou seja, o que antes era restrito a um pequeno número de pessoas passou a ser uma oportunidade para grande parte da população em idade escolar ou não.
Nesse tempo, muitos educadores transformaram a educação pelo mundo. No Brasil, o surgimento das novas escolas resultou em diferentes metodologias de ensino com propostas distintas, mas com o mesmo objetivo: ensinar. Inclusive, é comum que esses métodos sejam utilizados de maneira mesclada nas escolas.
Conheça agora os fundamentos e os objetivos dos principais métodos de ensino do Brasil.
O que são métodos de ensino?
Para começar, precisamos entender que um método de ensino é o caminho pelo qual se atinge os objetivos de ensino/aprendizagem. Ou seja, o método é um conjunto de ações de ensino que visam garantir que o aluno esteja aprendendo.
Eles também tornam a aula mais dinâmica e interessante. Ao conhecer os diferentes métodos de ensino, o educador pode promover diversas experiências e oportunidades de aprendizado para seus alunos. Vamos conhecê-los?
Método 1 – Tradicional
A abordagem de ensino tradicional é predominante no país. Seu objetivo está em preparar o aluno para a vida em sociedade por meio de uma relação hierárquica. Nela, o foco está no professor, que detém conhecimentos e repassa-os ao aluno.
O conteúdo é apresentado igualmente para os alunos que recebem metas e prazos para cumprir suas atividades, que são verificadas, avaliadas e pontuadas. Sem atingir a meta mínima, o aluno é reprovado.
Nessas instituições, o aluno é preparado para ir bem em provas como o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e o vestibular.
Método 2 – Construtivista
Desenvolvida pelo pensador suíço Jean Piaget. A abordagem construtivista traz a ideia central de que o conhecimento é uma construção e que as crianças têm um papel ativo no processo de aprendizagem.
Nela, o conhecimento é ativamente construído pelo sujeito que está aprendendo, e o professor tem o papel de mediar as atividades que estimulem o aprendizado. Cada estudante é visto como alguém que tem um tempo único de aprendizado, e o trabalho em grupo é valorizado.
O construtivismo considera que o desenvolvimento cognitivo acontece por meio de um movimento que Piaget classifica como assimilação e acomodação. Nela, são criadas situações em que o estudante é estimulado a pensar e a solucionar os problemas propostos.
Nessas instituições, também há provas e reprovação.
Método 3 – Montessoriano
Criado pela educadora italiana Maria Montessori, o método de ensino montessoriano dá maior autonomia à criança, que é estimulada pelos adultos a buscar sua autoformação e construção. Assim, ao aprender sozinha, desenvolve seu conhecimento por meio da curiosidade e da independência.
Isso porque o método montessori acredita que é agindo que se adquire o conhecimento. Ao adulto, cabe ordenar e atribuir dificuldade crescente às atividades, respeitando o ritmo de cada aluno.
As classes têm crianças de idades diferentes, e o ambiente da sala de aula é preparado para que o aluno tenha a possibilidade de vivenciar diversas experiências.
Tanto os objetos quanto o mobiliário da sala de aula são feitos em tamanhos e formatos adequados para a criança ter autonomia sobre eles. Neste método, a avaliação é feita a partir da observação dos professores.
Método 4 – Waldorf
Desenvolvido pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner, o método Waldorf ficou conhecido em todo o mundo por visar o desenvolvimento integral do aluno, formando as crianças para a vida.
Nele, procura-se equilibrar os aspectos cognitivos (capacidade de adquirir conhecimento) com o desenvolvimento de habilidades artísticas por meio de atividades corporais, manuais, musicais, contato com a natureza e artesanato, por exemplo, além das disciplinas exigidas pela Lei de Diretrizes e Bases (legislação que regulamenta o sistema educacional do Brasil).
São aplicados testes e provas em algumas matérias, e os pais têm papel fundamental para estimular as habilidades dos estudantes em casa.
A avaliação do aluno engloba a execução de trabalhos, o empenho em aprender, o comportamento e a atitude diante das tarefas solicitadas.
O professor acompanha a mesma turma por toda uma etapa (elas são divididas de 0 a 7 anos, de 7 a 14 e de 14 a 21 anos).
Método 5 – Freinet
Apesar de não ser exatamente uma linha pedagógica, o método do pedagogo francês Célestin Freinet também é utilizado em algumas escolas. Ao colocar em prática seus conceitos, o aprendizado acontece por meio do trabalho e da cooperação.
Ou seja, a criança é incentivada a compartilhar suas produções com os colegas de sua classe, de outras turmas ou de escolas diferentes.
Escolas que se identificam com o pensamento de Freinet valorizam também o desenvolvimento da capacidade de análise pelos estudantes.
Algumas atividades comuns são, por exemplo, estudos de campo nos quais as aulas acontecem em locais fora da sala de aula; elaboração de jornais em grupo e debates.
Neste caso, as avaliações levam em conta o progresso do aluno em comparação a seu desempenho anterior, e não em relação aos demais alunos.
Método 6 – Ensino Freireano
O pedagogo Paulo Freire é um dos intelectuais brasileiros mais respeitados no mundo todo graças a sua metodologia de ensino. O método freireano foi criado pelo brasileiro na década de 1960.
Neste método, a alfabetização não ocorre somente a partir de letras, palavras e frases, mas também com base no dia a dia do estudante, levando em conta sua realidade e os problemas que enfrenta. Outra característica é o diálogo entre aluno e educador, isto é, há uma relação horizontal entre eles.
Na educação freireana, o foco está na liberdade e na autonomia. O professor não é apenas quem faz a mediação do conhecimento, ele também aprende com o aluno a partir do compartilhamento de suas vivências e sabedoria popular.
Bônus: educação não formal
A educação não formal ocorre fora do sistema tradicional de ensino. O processo de ensino e aprendizagem é feito de maneira organizada, mas sem seguir vários requisitos formais, não substitui outros métodos formais, mas existe para complementá-los.
Este tipo de educação acontece por meio do desenvolvimento de atividades fora do ambiente escolar, como ONGs, instituições religiosas, visitas a espaços públicos e privados, museus e outras alternativas.
A educação não formal utiliza ferramentas didáticas atrativas, e os espaços devem ser prazerosos para aumentar o interesse dos alunos.
É por isso que o Museu WEG também atua em parceria com os professores para complementar as atividades propostas em salas de aula de maneira divertida e interativa.
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