Como milhares de pessoas, os deficientes visuais também consomem conteúdo digital e navegam por sites, blogs, redes sociais e aplicativos.
Mas para que isso aconteça, é necessário o uso de recursos de acessibilidade que promovem o acesso dos cegos ao mundo digital.
Você já parou para pensar como um cego navega na internet? Entenda no decorrer do texto o que é acessibilidade na web e como ela funciona para o deficiente visual.
O que é Acessibilidade na web e como funciona
A principal contribuição da acessibilidade na internet é a segurança e a autonomia que as pessoas com deficiência possuem ao navegar em sites, blogs, aplicativos e redes sociais.
Com a acessibilidade na web, todas as pessoas podem perceber, entender, navegar, interagir e contribuir com os conteúdos que encontramos ao navegar pela internet.
Para isso acontecer, os sites devem seguir as Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web (WCAG2), fornecer alternativas textuais para imagens, alternativas para multimídia (audiodescrição) e tornar a visualização mais fácil (contrastes, tamanho das fontes etc).
Também é essencial que todas as funcionalidades estejam disponíveis no teclado – veremos o motivo no decorrer do artigo –, além de maximizar a compatibilidade entre as interfaces utilizadas pelos usuários.
Você pode conferir todas as diretrizes do WCAG2 através desse link.
Como os cegos navegam na internet?
A resposta é simples: os cegos navegam na internet com a ajuda de um programa que lê em voz alta cada palavra escrita em uma página web. E os primeiros programas deste tipo surgiram na década de 1980.
O computador que os cegos usam é um modelo comum, possuem apenas alguns programas especiais instalados, às vezes com algum periférico como sintetizadores de voz, impressoras braille, display braille, entre outros.
Além disso, por não poder ver o cursor do mouse, o deficiente visual usa apenas o teclado – e ele não precisa, necessariamente, ser especial. Verifique em seu teclado a existência de três pontos, no “F”, “J” e o “5” da calculadora.

É para isso que servem essas saliências, elas ajudam a memorizar a posição das outras teclas, por exemplo: o D fica ao lado esquerdo do F, o M fica embaixo e ao lado direito do J. Outra opção para digitar é utilizar a digitação por voz, também conhecida como “ditado”.
Para os dispositivos móveis, os sistemas operacionais Android e IOS já disponibilizam leitores de tela. Essas ferramentas já vêm instaladas como recurso de acessibilidade padrão para deficientes visuais, basta apenas ativá-los nas opções de acessibilidade do dispositivo.
Para esses usuários, é importante conhecer o movimento ou combinações de gestos para realizar as tarefas e ações em seus dispositivos. Quando um leitor de tela estiver ativo, os toques e gestos na tela ganham novas funções, como por exemplo:
• Tocar: fala e seleciona um item;
• Tocar duas vezes: ativa o item selecionado;
• Deslizar para a direita: move o foco para o próximo item na tela;
• Deslizar para a esquerda: move o foco para o item anterior da tela.
Além dos gestos básicos citados acima, cada leitor de tela possui suas particularidades, podendo a mesma ação ser realizada por um gesto diferente, conforme o sistema operacional.
O canal Ponto de Vista, criado pelo desenvolvedor de software Lucas Radaelli, traz videos objetivos sobre como pessoas cegas interagem com o computador sem a resposta visual:
#PraCegoVer: conheça a hashtag
A hashtag #PraCegoVer foi idealizada pela professora Patrícia Braille em meados de 2016, com o objetivo de incluir nas esferas da internet pessoas cegas ou com baixa visão.
É uma ferramenta simples, educativa e inclusiva, que qualquer pessoa nas redes sociais pode utilizar.
A #PraCegoVer possibilita a audiodescrição para a compreensão de imagens, transformando elementos visuais em palavras que podem ser lidas pelo leitor de tela. Várias marcas e empresas aderiram a hashtag para tornar seus posts mais acessíveis.
Para utilizar a ferramenta é muito simples. Após colocar a legenda normalmente em suas publicações, adicione a #PraCegoVer e em seguida, faça uma descrição da imagem classificando o tipo (foto, ilustração, gif etc).
Depois faça uma descrição da direita para a esquerda e de cima para baixo, descreva também as cores e utilize frases curtas e objetivas. Evite adjetivos, pois é a pessoa que irá decidir os adjetivos da publicação a partir da sua própria percepção.
***
Como vimos, existem recursos específicos para os deficientes visuais utilizarem a internet, isso faz com que muitos, inclusive, atuem no mercado de trabalho na área da tecnologia e computação.
Porém, há muitos sites e aplicativos que não adotam os padrões internacionais de acessibilidade. Informe-se para ajudar a construir um mundo mais acessível e comece hoje mesmo com as páginas web que estão em suas mãos.
Aqui no blog do Museu WEG, por exemplo, é possível baixar aplicativos para leitura na internet: Museu WEG Acessibilidade. Entre eles estão aplicativos recomendados para pessoas com diferentes níveis de visão e também para pessoas com deficiência auditiva.
Juntos fazemos uma internet mais acessível! Continue no blog e conheça: mulheres que transformaram o mundo a partir da educação.
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