Chegar perto da tela da TV e sentir os pelos do braço arrepiarem. Se você já experimentou essa sensação, conhece as televisões de tubo, certo? Isso acontece por causa de um fenômeno chamado eletricidade estática, e, com o avanço da tecnologia, os novos televisores não têm o mesmo efeito. Neste artigo, vamos descobrir por que as antigas TVs arrepiam os pelos do braço e podem causar pequenos choquinhos nas pontas dos dedos.
Como funcionam as TVs de tubo
As TVs de tubo funcionam com uma base eletromagnética. Existem três filetes de elétrons que percorrem a tela pela parte de trás em uma grande velocidade, formando a imagem, pixel por pixel, de cima para baixo e da esquerda para direita. A tarefa é tão rápida que o olho não consegue captar a formação da imagem, apenas o resultado dela pronta.
Por que os pelos do braço arrepiam ao chegar perto da tela de TVs antigas?
Quando a televisão de tubo é ligada, seus circuitos internos geram uma alta tensão para o seu funcionamento. Logo, o bombardeio de elétrons responsável pela formação de imagens estabelece uma carga negativa que recobre toda a tela do aparelho. Ao tocarmos nela, reagimos como um fio-terra, que retira a eletricidade do televisor. Os elétrons são atraídos para um corpo não polarizado, sejam as pontas dos nossos dedos ou os pelos do braço, produzindo pequenas faíscas ou deixando os pelos em pé.
De maneira resumida, a alta tensão gerada ao ligar o aparelho é aplicada internamente, bem próximo a tela, e o campo elétrico formado pela alta tensão atrai corpos não polarizados. Para entender esse desequilíbrio, é preciso conhecer a eletricidade estática, que também está relacionada ao pequeno choque que levamos ao encostar nas pessoas ou nos objetos de vez em quando.
Eletricidade estática
Basicamente, a eletricidade estática estuda o comportamento do desequilíbrio elétrico dos átomos de um corpo. Ela está muito presente no nosso dia a dia, seja ao ligar uma TV ou um monitor, ao tomarmos pequenos choques ao encostar na maçaneta de uma porta ou um vidro que, após esfregado com lã, passa a atrair pequenos pedacinhos de papel.
É comum que as pessoas associem o termo eletricidade a equipamentos, algo criado pelo ser humano. Mas, na realidade, a eletricidade se fez presente desde o surgimento do Universo. Um bom exemplo disso é o relâmpago, outro exemplo são os impulsos nervosos que ocorrem em nosso corpo. Muitas vezes, nosso corpo fica tão eletrizado (com acúmulo de elétrons) que acaba descarregando essa energia no primeiro objeto condutor (metal ou o corpo de outra pessoa, por exemplo) que aparece pela frente.
A matéria é constituída por átomos, e eles são formados por prótons, nêutrons e elétrons. Os prótons possuem carga positiva, os elétrons possuem carga negativa, e os nêutrons são eletricamente neutros. Os prótons e os nêutrons formam o núcleo, e os elétrons ficam em constante movimento envolta deste.
Para eletrizar um corpo, é necessário fazer com que o número de elétrons se torne diferente do número de prótons nos átomos que formam esse corpo. Se o número de elétrons for maior que o número de prótons, o corpo estará eletrizado negativamente; se o número de elétrons for menor que o número de prótons, o corpo estará eletrizado positivamente.
É quando esse processo de eletrizar um corpo acontece que ele passa a ter eletricidade estática. Ou seja, a eletricidade é chamada estática quando as cargas elétricas se acumulam em um corpo e não se movimentam. As cargas elétricas de sinais diferentes, quando aproximadas uma das outras, atraem-se mutuamente, e cargas de sinais iguais tendem a se repelir.
Vale lembrar que o arrepio dos pelos ou o choquinho não é igual para todo mundo, pois cada pessoa é única e composta por proporções diferentes entre os tecidos que formam o corpo. Imagine quanto estudo foi necessário para termos toda essa informação. Incrível, não é? Agora que você descobriu por que as TVs arrepiam os pelos dos braços, que tal conhecer alguns mistérios que a física ainda não conseguiu explicar?