Você já dever ter manuseado pelo menos uma vez com um imã, provavelmente de geladeira ou algum objeto magnético e deve ter percebido que eles são permanentes, ou seja, sempre ficam magnetizados.
Mas será que é possível construir um imã não permanente, que possa ser ligado e desligado quando quiser? E será que existe alguma utilidade para isso?
A resposta para estas duas perguntas é SIM. Esses objetos chamam-se eletroímãs e, como sugere seu nome, são obtidos a partir de eletricidade e integram inúmeros dispositivos do nosso cotidiano.
O físico dinamarquês Hans Christian Oersted publicou, em 1831, um ensaio onde previu a existência de alguma relação entre corrente elétrica e magnetismo, mas ainda não tinha conseguido prová-la experimentalmente. Conta-se que ele imaginou um experimento pouco antes de dar uma aula na universidade da qual era professor, quando chegou em sua classe, decidiu testar a experiência em frente aos alunos. Para sua surpresa, ela funcionou! Assim, pela primeira vez foi verificada, experimentalmente, a relação entre eletricidade e magnetismo. O que nada mais, nada menos é “uma corrente elétrica gera um campo magnético”.
A EXPERIÊNCIA DE OERSTED
O experimento que ele apresentou aos alunos se resume a um circuito elétrico simples com alta corrente elétrica. O físico posicionou uma bússola próxima ao fio condutor e, quando ligou o circuito, a agulha da bússola que geralmente está orientada com o campo magnético terrestre (ao Norte), sofreu uma desorientação instantânea, voltando à posição original quando o circuito foi desligado. Neste momento, percebeu que a corrente elétrica que passa no fio pode gerar um campo magnético ao seu redor, tornado-o capaz de mover materiais magnéticos, tais como a agulha da bússola.
Mais tarde, observou também que, ao colocar materiais ferromagnéticos neste campo, pode-se obter imãs variáveis chamados de eletroímãs, semelhantes ao ímã comum, exceto pelo fato de ser “temporário”, ou seja, o campo magnético só existe quando a corrente elétrica está passando. O fenômeno ficou conhecido como indução magnética.
A Figura 1 mostra o efeito observado por Orested. A passagem de corrente elétrica por um fio induz um campo magnético B ao seu redor. Usando sua mão direita é possível identificar a direção do campo B, basta colocar o polegar na direção da corrente elétrica e os outros dedos indicarão a direção do campo.
Usando um enrolamento de fios condutores, como num solenoide, é possível verificar um campo induzido mais intenso do que em apenas um fio e, se no núcleo desse solenoide for colocado um material ferromagnético, podemos construir um imã ainda mais intenso, como ilustra a figura 2. Assim são construídos os Eletroímãs modernos.
E ONDE SÃO USADOS ESSES ELETROÍMÃS?
São inúmeras as aplicações. Você pode não ter notado, mas com certeza já utilizou algum dispositivo que funciona a partir do principio de indução magnética. São eles que fazem soar a campainha da porta das residências; possibilitam a transmissão de mensagens telegráficas; estão presentes nos leitores e gravadores de discos rígidos e alto-falantes. Também nos motores elétricos que precisam desses dispositivos para a conversão de energia elétrica em energia mecânica.
Ficou com vontade de conhecer o experimento na prática? Aqui no Museu WEG reproduzimos o feito de Orested, onde você poderá observar as bussolas se movimentando.
Horário de Atendimento do Museu: 10h às 18h (sem fechar para o almoço)
Dias: Terça à Domingo
Entrada: Gratuita
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
RESNICK, HALLIDAY, (1996): Física, vol.3, LTC-RJ
ALVARENGA, BEATRIZ E MÁXIMO, ANTÔNIO. Curso de Física, Volume 3, São Paulo, Spicione, 1997.
http://parquedaciencia.blogspot.com.br/2014/03/a-descoberta-de-hans-christian-oersted.html por Ana Caroline Pscheidt
Posts Relacionados
09 de setembro de 2025
Interpretação de texto no ENEM: como melhorar com dicas simples
14 de maio de 2025
A eletricidade do cérebro poderia acender uma lâmpada? Veja o que a ciência diz!
24 de abril de 2025
A evolução dos motores elétricos: do século XIX aos dias de hoje
14 de setembro de 2023
Museu WEG recebe exposição itinerante do Museu de Ciência e Tecnologia da PUC do Rio Grande do Sul
27 de julho de 2023
Conheça as Leis de Kirchhoff e aprenda como aplicá-las
07 de fevereiro de 2023
O que é Energia Mecânica e quais são seus principais fundamentos?
26 de janeiro de 2023
O que é eletrostática e quais seus princípios?
20 de outubro de 2022
Por que ainda não conhecemos todo o oceano?
27 de setembro de 2022
Europa: Uma das luas de Júpiter que pode abrigar vida!
19 de março de 2022
O que é a força motriz?
14 de fevereiro de 2022
O que é física quântica?
10 de outubro de 2021
Você sabe qual é a diferença entre a energia sustentável, a renovável e a limpa?
24 de agosto de 2021
Alessandro Volta: conheça o inventor da pilha voltaica
17 de agosto de 2021
O que você sabe sobre os peixes-elétricos?
07 de julho de 2021
Energia geotérmica: conheça a energia que vem do centro da Terra
13 de junho de 2021
Origem e curiosidades sobre o forno micro-ondas
07 de maio de 2021
O que você precisa saber sobre os diferentes tipos de energia solar
19 de abril de 2021
História da roda d’água e sua importância para nosso desenvolvimento
11 de abril de 2021
Invenções ligadas à eletricidade que mudaram o mundo
06 de abril de 2021


