Cabos submarinos: curiosidades sobre a tecnologia que conecta pessoas e continentes

O primeiro cabo submarino que liga o Brasil à Europa foi inaugurado em junho de 2021.

Você sabia que nosso planeta também é conectado por cabos que atravessam os oceanos? Os chamados cabos submarinos são responsáveis por 99% das comunicações transoceânicas em todo o mundo. 

Assim como os cabos subterrâneos são responsáveis pela distribuição da rede elétrica, de cabos de telefonia e TV pelas cidades, as estruturas submarinas têm o trabalho de levar informações importantes para os computadores de todo o mundo e nos manter conectados. 

O primeiro cabo submarino que liga o Brasil à Europa foi inaugurado em junho de 2021. São 6 mil metros de extensão a 4 mil metros de profundidade no fundo do Oceano Atlântico. 

Quer saber mais? Continue lendo o artigo e conheça as curiosidades da tecnologia que conecta pessoas e continentes.

O que é um cabo submarino?

Cabos submarinos são conexões de fibra óptica submersas nos oceanos usadas para transmitir sinais de telecomunicações e interligar países e continentes. No Brasil, essa tecnologia também é utilizada para fazer a conexão entre as cidades do litoral.

Eles são tão importantes que a internet, como conhecemos hoje, não seria possível sem eles. Isso porque os cabos transmitem todos os tipos de dados digitais, como mensagens de texto, áudio, imagens e vídeos, mesmo a milhares de quilômetros de distância.

Poucos anos após a invenção do telégrafo, surgiram os primeiros cabos submarinos ligando a América do Norte e a Europa na década de 1850. Desde então, usamos cabos de rede para telegrafia, telefonia e, por consequência, para a internet. 

De que são feitos os cabos submarinos?

Atualmente, os cabos submarinos usam tecnologia de fibra óptica. Lasers são disparados de uma extremidade levando dados a velocidades extremamente rápidas por fibras de vidro muito finas para receptores na outra extremidade do cabo. 

Para ter durabilidade no fundo do mar, as fibras de vidro são envoltas em diversas camadas de plástico e metais, que incluem vaselina, cobre, policarbonato, aço e polietileno.

Esses cabos não chegam a ultrapassar 3,5 cm de diâmetro. Para se ter uma ideia, eles costumam ser largos como uma mangueira de jardim. As diversas camadas dentro dele são extremamente finas. E, quanto mais perto da costa, mais ganham camadas de proteção.

Mais de 300 cabos se escondem hoje no fundo do mar. Eles são aplicados com auxílio de uma embarcação especialmente desenvolvida para essa função. 

Esse navio de aproximadamente 145 metros de comprimento e 8,5 metros de profundidade consegue acomodar 8.500 toneladas de cabos de fibra óptica e pode operar 42 dias consecutivos em alto mar.

Sistemas de cabos submarinos custam caro

Um único cabo costuma custar centenas de milhões de dólares, e geralmente são realizadas parcerias entre grandes empresas de tecnologia e governos para cobrirem esses valores. 

Provedores de conteúdo como Google, Facebook, Microsoft e Amazon possuem, cada um, vários cabos em todo o mundo e trabalham com governos de diferentes países para manter e atualizar os cabos constantemente. 

Os vilões do fundo do mar

O cuidado com um projeto milionário é enorme, a rota dos cabos precisa evitar falhas geológicas, zonas de pesca e ancoragem e, ainda, suportar profundidade em água salgada de alta pressão.

O que acontece também é que tubarões já tentaram “mastigar a internet”. Existem diversas evidências de que os animais tentam morder cabos no fundo do mar, por isso hoje existem cabos com proteção contra “shark attacks”.

Porém, a mordida de peixes (o que inclui os tubarões) foi responsável por um total de zero falhas em cabos entre 2007 e 2014. Isso porque é a atividade humana a maior vilã dos cabos submarinos, principalmente por conta da pesca e da ancoragem.

Os acidentes com cabos são comuns, estima-se que sejam mais de 100 por ano. Barcos de pesca e navios arrastando âncoras enormes são responsáveis por 2/3 dos problemas. Outros vilões são os fatores ambientais como terremotos. 

Os cabos submarinos têm vida útil de 25 anos e geralmente são trocados mais cedo porque já não podem fornecer tanta capacidade quanto os mais novos a um custo comparável e se tornam caros para serem mantidos.

Explore cabos submarinos em todo o mundo

Que tal um Google Maps de cabos submarinos? O Submarine Cable Map é um mapa gratuito e sempre atualizado com todos os cabos que conectam diferentes continentes, países e regiões: Mapa de cabos submarinos

O site é mantido pela HMN Tech, uma das maiores operadoras de redes submarinas do mundo. 

Já que o assunto é cabos em lugares tão remotos quanto o fundo do mar, continue no blog e conheça os robôs que vão a lugares que os seres humanos não conseguem ir.

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